Mundo Inóspito em tempo de natal
Questiono por vezes quão crente sou, e em quê acredito eu. De um menino jesus que nasceu nas palhinhas deitado só lembro as músicas pois ficam gravadas na mente, como tantas outras que aprendi em criança. Daquele jesus que nasceu para repartir o bem só conheço as imagens tristes e pesarosas que se espalham dentro de imensas casas por esse mundo fora. E do pai natal conheço apenas a cor, vermelho. Ou será verde? Nascido no Pólo Norte. Ou terá sido na cabeça de um alguém ao serviço da Coca-Cola?
Sinto o natal de uma forma especial, já em desuso nos dias que correm. Para mim Dezembro significa família, união, mostra de carinho e amor. Partilhar receitas, embelezar as casas, frio e lareira acesa com uma boa filhós numa mão e um bacalhau cozido na barriga. natal é para mim um tempo de introspecção, de constatação do ser. E eu este ano constato que estou mais perto daquilo que aspiro ser.
Chega de consumismo. Basta de oferecer para agradar. Tantas pessoas iguais a mim que nada terão para comer. E eu, que a sorte me traga em braços, terei bacalhau, batatas, couves, cenoura e ovo. Eu, que o dinheiro nunca me falte, terei perú assado no forno com batatas. Eu, que haja saúde para poder encher o bandulho, terei filhós, coscorões, bolo-rei, lampreia de ovos, rabanadas, chocolates, vinho do porto, passas, ameixas secas, figos secos, cajú, amendoim, entre outras coisas. Pensar eu que vou engordar uns 5 kilos, e me vou lamentar por ter aberto a boca à gula, quando há por aí gentes a morrer de fome.
Tenho um puzzle para a prima nem grande nem pequena, uma bóina para a mãe, umas velinhas para a irmã, uma manta polar para aquecer a frágil avó. Não tenho nada para o irmão porque nada do que eu lhe possa dar, coisas baratas e apenas simbólicas, lhe vai fazer esboçar o sorriso por que tanto eu anseio.
Este natal vou-me conter. Vou mesmo parar para ter comigo, ainda que em pensamento, todos os meus que já não tenho, todos aqueles que tenho e me são especiais, todos aqueles que são meus que andam perdidos no mundo, todos aqueles que são meus que por mala suerte ainda não encontraram o caminho.
Chega de gastar tempo a enviar sms a toda a lista só porque sim. Chega de gastar dinheiro em prendas só porque fica bem. Chega desta parvoíce que é o natal consumista. A mim chega-me a companhia da minha velhota que amo tanto, já que da mãe, pai e irmãos não posso ter. A mim chega-me o jantar de família e o almoço de família e o tempo em família.
Família. Deveria ser esse o nome do natal.
Sinto o natal de uma forma especial, já em desuso nos dias que correm. Para mim Dezembro significa família, união, mostra de carinho e amor. Partilhar receitas, embelezar as casas, frio e lareira acesa com uma boa filhós numa mão e um bacalhau cozido na barriga. natal é para mim um tempo de introspecção, de constatação do ser. E eu este ano constato que estou mais perto daquilo que aspiro ser.
Chega de consumismo. Basta de oferecer para agradar. Tantas pessoas iguais a mim que nada terão para comer. E eu, que a sorte me traga em braços, terei bacalhau, batatas, couves, cenoura e ovo. Eu, que o dinheiro nunca me falte, terei perú assado no forno com batatas. Eu, que haja saúde para poder encher o bandulho, terei filhós, coscorões, bolo-rei, lampreia de ovos, rabanadas, chocolates, vinho do porto, passas, ameixas secas, figos secos, cajú, amendoim, entre outras coisas. Pensar eu que vou engordar uns 5 kilos, e me vou lamentar por ter aberto a boca à gula, quando há por aí gentes a morrer de fome.
Tenho um puzzle para a prima nem grande nem pequena, uma bóina para a mãe, umas velinhas para a irmã, uma manta polar para aquecer a frágil avó. Não tenho nada para o irmão porque nada do que eu lhe possa dar, coisas baratas e apenas simbólicas, lhe vai fazer esboçar o sorriso por que tanto eu anseio.
Este natal vou-me conter. Vou mesmo parar para ter comigo, ainda que em pensamento, todos os meus que já não tenho, todos aqueles que tenho e me são especiais, todos aqueles que são meus que andam perdidos no mundo, todos aqueles que são meus que por mala suerte ainda não encontraram o caminho.
Chega de gastar tempo a enviar sms a toda a lista só porque sim. Chega de gastar dinheiro em prendas só porque fica bem. Chega desta parvoíce que é o natal consumista. A mim chega-me a companhia da minha velhota que amo tanto, já que da mãe, pai e irmãos não posso ter. A mim chega-me o jantar de família e o almoço de família e o tempo em família.
Família. Deveria ser esse o nome do natal.