terça-feira, outubro 21, 2008

Doença

Há coisas que eu não suporto e na minha casa ou há igualdade ou há caldos entornados. Longe vai o tempo em que ela tinha como tecto um pedaço de tinta amarelada pelo vapor do óleo das batatas. Longe vai o tempo em que ela decidia, porque ele não sabia sequer o que é um tacho, o que iriam jantar no dia seguinte. E de véspera deixava os preparativos a modos de se pegar assim que chegasse a casa, exausta de mais um dia de trabalho. Longe vai o tempo em que a roupa aparecia como que por magia nas gavetas, em que deixavas a cama desfeita de manhã e miraculosamente ela estava feita quando te deitavas novamente nela. Vai tão longe esse tempo que ela nem ousa sequer tentar recordá-lo.

Mas ás vezes ele sente saudades desse tempo e quem se lixa sou eu.